Parte da diversidade cênica está em The Tutor
Experimentar. No teatro,
aquele feito com paixão, com vontade, experimentar é uma palavra de ordem. Na Cia Daraus de Teatro não poderia ser diferente.
Este é o espaço para isso.
Que graça teria reproduzir uma fórmula. Adoro quando o público sai meio contrariado, instigado a criar a sua lógica para o
que vê afirma Dani Ciasca, um dos diretores do espetáculo.
Parece que Dani, após
duas semanas em cartaz começa a atingir seu objetivo. Muitas são as pessoas que ao sair de The Tutor se questionam sobre o
não entendimento de um símbolo, como por exemplo, as gravatas.
É muito curioso. As pessoas
têm a necessidade de ouvir uma resposta lógica para tudo. Elas não se permitem imaginar, utilizar do próprio repertório para
criar um entendimento completa Dani.
Mas, ao contrário do que
parece, essa lógica existe ela só não deve ser dada de bandeja. Ora, se as pessoas saem do teatro com essa sensação, será
o espetáculo um fracasso?
Não, não acredito. O que
percebo é que as pessoas têm essa dificuldade, mas acabam por descobrir novas possibilidades. E a vontade de experimentar
extrapola o trabalho dos atores para passar a ser um trabalho do público.
Se você ainda não assistiu
The Tutor. Não perca as últimas apresentações. Elas vão até o dia 12/06 (Dia dos Namorados). Sextas e sábados 21h Domingo 19h
Você sabia?
Bertolt Brecht foi um dramaturgo, alemão, responsável pelo método do distanciamento, onde o espectador deve saber
a todo instante sua condição de pensador sobre o que se vê e não deve partir para emoção
A Cia Daraus de Teatro sempre trabalhou apoiada nos métodos Brechtianos
Deixar a sensibilidade à flor da pele e usar a imaginação é premissa para o espetáculo The Tutor
O espetáculo em cartaz na Cultura Inglesa é todo falado em inglês
The Tutor não têm patrocínio. Apenas apoio da Cultura Inglesa Higienópolis
Sexta, sábado (21h) e domingo (19h) é dia de espetáculo
Estreou The Tutor
No último dia 21 de maio, a Cia Daraus de Teatro (CDT) estreou na Cultura Inglesa Higienópolis
o espetáculo The tutor.
De autoria do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, o espetáculo conta a trajetória de Läuffer,
um preceptor contratado para cuidar de Leopold, filho do Major Von Berg.
A peça trata da situação do ensino como produtor e produto de uma sociedade castradora e miserável.
Tem um humor inteligente e de grande densidade.
Traz à tona questões complexas, com um texto em inglês que prima pela linguagem sofisticada e
que precisa de muita atenção.
"Quando saí da peça tive a sensação de que a sociedade é hipócrita demais" conta Sueli Firmino.
Confira abaixo a presença do público nas primeiras três apresentações de The Tutor e compareça!
Sextas e sábados - às 21h
Domingo - às 19h
Ingressos 10,00 (2,00 estudantes e funcionários da Cultura Inglesa)
Av higienópolis, 449
Uma estréia aguardada
Está próximo o momento da estréia. A ansiedade, as preocupações, os detalhes finais se acertam para o grande objetivo
da Cia Daraus de Teatro: trocar conhecimento.
Propor o debate sobre o ensino não é tarefa das mais fáceis. Ainda mais, se considerarmos o ponto de vista crítico
de Bertolt Brecht. Ele escancara uma situação tão incrustada na nossa cultura: A de que a escola é suficiente para produzir
uma nação mais justa?
Será verdade?
O problema está na forma. O ensino, o conhecimento, é verdade, lhe tira da situação de excluído social. Mas transforma
algo?
Talvez você passe a ser um incluído, a deter o poder, o poder do conhecimento, mas o que você faz com ele e que conhecimento
adquirido é esse.
Essa é a questão crucial.
Somos produtos de uma sociedade burguesa, mas também produtores dela. De um sistema que para existir necessita de
pólos.
Não, não somos panfletários ou partidários, apenas seres pensantes, que necessitam debater, propor a reflexão sobre
nossos valores morais individuais.
Sejam bem-vindos!
Estréia: 21 de maio de 2004
Local: Cultura Inglesa Higienópolis
Leia o release do espetáculo clique aqui
Calvino, Lutero, Kant, Hegel e Brecht. Esses são alguns dos teóricas
que os atores da Cia Daraus de Teatro têm estudado e debatido. É a Cia cumprindo sua missão de "formar seres humanos,
por meio de técnicas teatrais e do debate contínuo".
Março 2004 - part II
O cenário: qual a base?
A cenografia é, muito provavelmente, o elemento cênico mais complexo
de ser pensado e executado.
Numa peça brechtiana então, eleva-se a mil essa complexidade.
Afinal, ele (o cenário) deve traduzir o espaço, o tempo e as relações
entre os personagens. E não pode fazer isso de uma forma a criar ilusões ou grandes efeitos cênicos.
Ele deve fomentar a imaginação do espectador, torná-lo participativo.
Agora, pensemos em conjunto:
O espaço do espetáculo é dividido da seguinte forma:
duas cidades - Insterburg e Halle
Dois quartos - pensão e Gustchen
Um jardim
Uma sala de visitas
Um ambiente de estudos (Wenseslaus)
Lembre-se! A proposta cênica segue a mesma do figurino. Simplicidade,
homogenidade, significância e instrumento de colaboração do ator.
O que é certo: a base será de bancos de madeira e a cor uniformemente
creme compondo com os figurinos.
O resto?
O resto ainda virá.
Alguma sugestão?

Março/ 2004
Figurino: elemento de composição do ator
A Criação do figurino para um espetáculo brechtiano necessita de
um pensamento elaborado, afinal, não se deve iludir o espectador, mas colocá-lo como alguém que acompanha o processo
criativo da cena.
A partir desse pressuposto, dá-se atenção especial a uniformidade
da vestuária. Todos os atores terão o mesmo figurino, que remete a época tratada e a situação vivenciada. O que diferencia
cada personagem é, em primeiro lugar, a interpretação e, posteriormente, o uso que cada ator fará dele para a sua composição.
Não é uma tarefa fácil.
Cada adereço, cada maneira de utilizá-lo deve ser elaborado
para contribuir com a visão do público e ao mesmo tempo, criar o distanciamento necessário a esse tipo de teatro.
O figurino acima, composto por Dani Ciasca (encenador do espetáculo)
e pensado, elaborado e criado por Dê Silva (figurinista) propõe-se a tudo isso, ou seja, contribuir para uma leitura viva
e ao mesmo tempo criativa do ator e do espectador.
05/fevereiro
Atores na busca por respostas
A
primeira semana e a retomada do trabalho foi de reforço sobre a responsabilidade do projeto.
O
que inquieta os jovens atores é a despsicologização dos personagens. Ou seja, tratá-los sob uma perspectiva material e histórica.
Tarefa
difícil!
Estamos
acostumados a pensá-los a partir de seus sofrimentos e sentimentos. O poder de estudar Brecht está na diferença de encaminhamento.
O
que quer cada personagem? Como atinge seu objetivo.
Primeiro:
Qual o objetivo da peça?
Segundo:
Qual o objetivo da personagem na peça?
Terceiro:
Qual o objetivo da personagem em cada cena, para que seja coerente com seu objetivo na peça?
Quarto:
Na cena, qual a vontade da personagem para atingir seu objetivo?
Qual a contra vontade?
O que a impede de ir para seu objetivo?
E
mais: Qual o objetivo da cena para chegarmos ao objetivo da peça?
É
o momento de usar o racional, o intelecto. A resposta a essas perguntas é o guia, o instrumento para a interpretação do ator/atriz.
Daí, vamos para a cena!
30 de janeiro/ 2004
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Reinício dos trabalhos
Neste ano, a Cia Daraus continua o projeto de montagem
da peça "The Tutor", de Bertolt Brecht. O espetáculo tem realização da Cultura Inglesa Higienópolis e o processo
passa por sua terceira fase a partir de 31 de janeiro.
O caminho
De abril a junho de 2003, os alunos da Filial Higienópolis
começaram a Oficina de Montagem. Durante esse período, Dani Ciasca, diretor e fundador da Cia, trabalhou com os alunos a filosofia da Cia, com trabalhos físicos, necessidade de compromisso
e responsabilidade. Foram meses de conhecimento, improvisações, discussões, participações em workshops externos e idas a espetáculos
para em agosto começar a preparação do espetáculo.
A peça escolhida: The Tutor. Comédia, adaptação
de Brecht para a obra de mesmo nome de outro alemão, Lenz.
A segunda fase durou até dezembro. Improvisações com as cenas da
peça, estudo da dramaturgia, do autor e do tipo de ator exigido por Brecht. Cada ator teve a possibilidade
de fazer todos os personagens, experimentar formas, sensações para por fim, optarmos pela divisão dos personagens.
E agora?
Agora, inicia-se a terceira etapa. Começa, efetivamente, o
trabalho de encenação, com os atores pesquisando sobre seus personagens (que em sua maioria são mais de um para cada), intenções
e pontos de vista para, em maio de 2004, estrearmos "The Tutor", na própria Cultura Inglesa
Higienópolis.
Acompanhe aqui as novidades e anote na agenda: em maio, você é o
convidado para o novo espetáculo da Cia Daraus de Teatro.
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