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Cia Daraus de Teatro
Bruna Lima

Ansiedade da estréia

 

Bruna Lima é co-diretora de The Tutor ( ao lado de Dani Ciasca). Entrou para a Cia Daraus de Teatro (CTD) em 2001 para a montagem de The Bald Soprano e a cada ano foi aumentando sua responsabilidade dentro da CIA. Estréia esse ano na direção e pela primeira vez entra em temporada com um espetáculo.

Bruna é a alma filosófica da Cia. Confira!

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CTD: O que te atrai no trabalho da CIA?

Bruna: Os textos montados, o concepção de encenação e a possibilidade de realmente aprender e experimentar diferentes formas de se fazer teatro.

 

CTD: Qual sua impressão de The Tutor ao ler o texto?

Bruna: Boa. Já tinha uma boa idéia do autor e acho que leria qualquer texto com bons olhos.

 

CTD: Como foi, para você, o processo de montagem?

Bruna: No início estava super envolvida, dos pés a cabeça. Senti que me afastei um pouco durante o processo mais por questões exteriores a montagem em si. Gosto muito como o processo é conduzido principalmente no que diz respeito ao trabalho de grupo. Estou feliz com o desenvolvimento de todos os atores. Apesar de existir e ser muito bom, sinto falta de aprofundar ainda mais estudo do autor, da peça, de suas influências filosóficas, ideológicas, enfim, trabalho de mesa que dá sustentação para a montagem.

 

CTD: O que acha do texto e da peça?

Bruna: Continuo gostando muito do texto e agora menos pelo peso do nome do autor. Descobri coisas do texto que fazem muito sentido com a montagem e que parece se encaixar perfeitamente com esta. Acho ele bastante longo e talvez confuso pela falta de objetividade (simplicidade) no sentido da multiplicidade de histórias paralelas, mas consigo perceber que elas servem a um objetivo comum, mas tenho medo que isso não esteja claro na montagem ainda mais por ser em inglês. Tenho muito medo da compreensão dos espectadores e não no que diz respeito aos códigos, mas ao texto e à interpretação.

 

CTD: Qual (s) seu (s) personagem (s)? Qual a importância deles para o espetáculo?

Bruna: Majora, representante de uma classe que está em decadência. Demonstra muito sua decadência e sua hipocrisia, que na realidade andam juntas. Se apega aos valores decadentes ao máximo para não se admitir decadente. Ela está no centro de uma família deteriorada e mostra muito bem os tipos de relações inconsistentes e ao mesmo tempo autoritárias estabelecidas nesta família.

Já o Bolwerk é o representante da juventude inserida em um sistema educacional. Ele demonstra muito a virilidade, o idealismo, a utopia , a vontade, a esperança de um jovem (primeira cena). E depois o massacre dessas características em parte pelo sistema educacional e pelo mundo de uma maneira geral, pela realidade. Não sei se está muito claro, mas a sociedade sufoca seu poder revolucionário e ele acaba se deparando com a realidade que não é nada doce e talvez passe a ter uma visão mais realista ou até pessimista do mundo.

 

CTD: Como se sente nesse período próximo da estréia?

Bruna: Bastante nervosa e com medo. Apresentar uma peça em inglês 12 vezes e conseguir público será uma tarefa árdua.

 

CTD: O que espera da temporada?

Bruna: Espero, com as apresentações que a peça ganhe  ritmo, dinâmica, coesão e uniformidade. Estou curiosa por um feedback  e ansiosa por encontrar público.

 

CTD: Qual sua relação com o teatro antes dessa montagem e qual agora?

Bruna: Não posso viver sem. Quero, daqui para frente,  fazer mais teatro em português e me aprofundar cada vez mais. Cada vez mais fazer um trabalho profissional.